domingo, 25 de maio de 2014

Grécia, dos filósofos ao futebol.

Foto: portal Uol

Berço do teatro e dos jogos olímpicos, no futebol até a década de 1990 seu maior momento era este jogo de filósofos interpretado brilhantemente pelo Monty Python:

Falando sério, o fortalecimento dos seus principais times ocorreu a partir de 1922 com o fim da guerra com os turcos que resultou em grande troca de populações. Nesse momento, o futebol foi utilizado como ferramenta de integração entre os novos habitantes na região de Atenas através de criação de clubes como, por exemplo, o tradicional AEK, cuja sigla vem de União Atlética de Constantinopla (antigo nome de Istambul). Em termos continentais, o melhor resultado de seus times foi o vice-campeonato do Panathinaikos na Copa dos Campeões (atual Liga dos Campeões) em 1971 (o Ajax da Holanda foi campeão).

Com relação à seleção, entretanto, já obteve resultados melhores. A beira de iniciar apenas sua terceira participação em Copas do Mundo (esteve presente antes em 1994 – quando ficou em último lugar - e 2010), a esperança reside em repetir o feito continental de 2004 quando, de forma surpreendente, conquistou a Eurocopa ganhando de Portugal na final (que já contava com Cristiano Ronaldo) em pleno Estádio da Luz em Lisboa. Para acompanhar a surpreendente campanha, veja:

Passado o momento de euforia pela conquista, a Grécia fracassou na tentativa de se classificar para a Copa de 2006, mas conseguiu obter a vaga para a Copa de 2010, quando, novamente eliminada na 1ª. fase, teve como consolação o fato de ter conquistado seus primeiros pontos (e marcar seus primeiros gols) em Copas ao vencer a equipe da Nigéria por 2 x 1. Ou seja, chega agora a sua terceira Copa para tentar pelo menos passar da 1ª. fase (enfrenta Colômbia, Japão e Costa do Marfim), fato que certamente seria celebrado como uma conquista.

No ano passado, enquanto o selecionado grego conseguia, a duras penas, obter a classificação para a Copa de 2014 ao superar a Romênia na repescagem (https://www.youtube.com/watch?v=cuK7hulobZg),  um músico britânico da Universidade de Oxford, Armand D'Angour,  divulgou que estava conseguindo recriar músicas gregas compostas entre  750 e 400 a.C. a partir de letras originais e instrumentos usados na época. Escute aqui o resultado:


Desse modo, pode-se dizer que tal como conseguiram reproduzir canções gregas antigas, para a Copa do Mundo de 2014 seria necessário reproduzir os resultados conquistados na Eurocopa de 2004. O problema é que, para isso, precisará apostar não em competentes pesquisadores de Oxford, mas em seus próprios jogadores, como Kostas Katsouranis, Karagounis ou Salpingidis (remanescentes da conquista histórica de dez anos atrás) ou ainda no atacante Mitroglou, autor do gol da classificação no ano passado. Tarefa difícil, mas como diria o filósofo grego Epíteto: “Se o problema possui solução não devemos nos preocupar com ele. E se não possui solução, de nada adianta nos preocuparmos”. Bola pra frente, Grécia!

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