sábado, 28 de junho de 2014

Alemanha: dá um Klose nela!


Termina a primeira fase em uma Copa do Mundo repleta de grandes jogos, muitos gols, algumas surpresas e com destaque para as poucas seleções que conseguiram confirmar seu favoritismo inicial e se classificaram sem maiores sustos: Brasil, Argentina, Holanda, França e...Alemanha.

Trata-se aqui de uma menção especial. Historicamente seu protagonismo em Copas é inegável. Com três títulos (dois em que venceu seleções então favoritas) e três vice-campeonatos, é a seleção com maior número de jogos me Copas, mesmo com menos participações do que o Brasil (não jogou em 1930 e em 1950).

Além disso, duas das partidas que estão entre as mais emocionantes da história das Copas teve a Alemanha em campo. A primeira foi na semifinal de 1970, contra a Itália. No tempo normal, a Itália saiu na frente no inicio do jogo e segurou até o finalzinho do jogo, quando a Alemanha conseguiu finalmente empatar. Na prorrogação, cinco gols, viradas e emoções em trinta minutos, que contou ainda com Beckembauer jogando (e muito) com o ombro imobilizado desde os 25 minutos do 2º tempo. Final, 4 x 3 para a Itália, no que foi considerado, para muitos, o “jogo do século”. Vale a pena conferir:

Doze anos depois, outra semifinal heroica, desta vez contra a França. Outro 1 x 1 no tempo normal e desta vez, após a França abrir 3 x 1 na prorrogação, a Alemanha foi buscar o empate e conseguiu passar para a final após as cobranças de pênaltis. Outro jogo épico que pode se repetir nas quartas-de-final desta Copa, caso ambas passem pelos seus adversários africanos:

Até 2006, a Alemanha tinha o artilheiro de todas as Copas, Gerd Muller com 14 gols marcados entre 1970 e 74, quando Ronaldo superou totalizando 15 gols marcados nas Copas de 1998, 2002 e 2006.

Agora outros dois alemães podem dar o troco. Um é outro Muller, o Thomas, que embora esteja ainda com 8 gols, tem apenas 24 anos e com pelo menos duas Copas a mais para disputar (fora a atual), tem condições para superar posteriormente os 15 gols.

Outro merece destaque especial. Trata-se de Miroslav Klose. Polonês de nascimento, naturalizado alemão, entrou no emocionante jogo contra Gana na primeira fase desta Copa do Mundo e com poucos minutos já igualou o recorde atual de 15 gols. Poderá ter oportunidades para ultrapassar o Ronaldo ainda nesta Copa do Mundo.

Embora nem de longe tenha a mesma categoria para fazer gols, em caráter supera muito o brasileiro. Além de artilheiro, o atacante deve ser um dos jogadores que mais fez na prática pelo tão propagado “fair play” na história do futebol. 

Em 2005, jogando pelo Werder Bremen pelo campeonato alemão, após cair na área em uma disputa de bola com o goleiro adversário e ver o árbitro marcar pênalti, avisou-o que não havia sofrido falta, abrindo mão do pênalti injusto.

Em 2012, repetiu a dose jogando pela Lazio contra o Napoli no campeonato italiano. Após ver seu gol marcado com a mão validado pelo árbitro, avisou-o sobre a irregularidade no lance, que foi invalidado imediatamente, de baixo de aplausos da torcida rival para sua atitude.



Por isso, ainda que o Ronaldo seja brasileiro (sem muito orgulho e tampouco amor), torço para que o Klose marque mais uma vez e supere o recorde. Para o bem do futebol, um jogador com essas qualidades tão raras hoje em dia merece muito ter seu nome ligado à história das Copas. E que o salto mortal que usa para comemorações seja o símbolo da dignidade não só na bola, mas na vida. 

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